“Naquela mesa tá faltando ela
E a saudade dela tá doendo em mim...”
1 mês de muitas, imensas saudades...
Ainda está sendo muito difícil me acostumar com sua ausência,
cada vez mais presente. Sei que não tínhamos mais a convivência diária da
infância e da juventude, mas saber que você estava ali, no lugar em que sempre
esteve, era reconfortante pra mim. No seu lugar, só ficou um vazio que nunca
mais vai ser preenchido.
Não perdi apenas a minha tia-mãe, amiga de todas as horas, a
mulher mais forte que já conheci e a pessoa que me mais me amou nessa vida,
sempre incondicionalmente. Perdi meu anjo protetor, que me ligava preocupada
sempre que alguma coisa acontecia na cidade em que vivo. Perdi a pessoa que
reclamava, sempre docemente, da minha ausência e chorava quando eu ia embora e nas
vezes em que eu reclamava de não poder estar por perto pelo excesso de
trabalho, me respondia resignada: “mas não foi essa a vida que você sempre
quis?”.
Não perdi apenas o maior amor do mundo, perdi meu porto seguro,
meu ponto de referência. Aprendi nesses dolorosos 30 dias sem você que minha
felicidade nunca mais vai ser plena e que os momentos felizes que eu viver não
passarão de uma anestesia momentânea para aliviar a dor e o vazio provocado
pela sua ausência. Sempre que ficar feliz por alguma conquista, vou me lembrar
que minha felicidade nunca será completa porque você não está mais aqui pra
celebrar comigo.
Não perdi apenas você. Perdi um pedaço de mim. Mas sei que
vou sempre levar um pedaço de você comigo. Onde estiver, você também estará.
Parte de mim também é você. Obrigado por tudo, principalmente, pela mais
completa tradução do amor que me ensinou apenas sendo você. Sei que o tempo vai
aplacar a dor, mas a saudade... essa vai ser minha companheira pelo resto da
vida. Te amo muito. Ontem, hoje e sempre! Descanse em paz, Tia Marilza!
“Eu canto, grito, corro, rio... e nunca chego a ti.”
(Caetano Veloso – Mãe)